Após a segunda rodada de negociações para a definição do preço do tabaco para a safra 2018/2019, ocorrida nos dias 16 e 17 de janeiro, as entidades representativas dos produtores de tabaco, a Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), as Federações dos Sindicatos Rurais (Farsul, Faesc e Faep) e as Federações dos Trabalhadores Rurais (Fetag, Fetaesc e Fetaep), decidiram suspender as negociações.
Esta decisão foi tomada, tendo em vista, que as propostas apresentadas ficaram abaixo da variação do custo de produção apurado tanto pelas empresas como pelas entidades para cada empresa, com exceção de duas empresas: uma, que apresentou proposta de reajuste com percentual acima da variação do custo de produção, mas um reajuste não linear; e a outra, apresentou proposta de reajuste acima do custo de produção próprio, porém, abaixo do custo apurado pelas entidades. Outro ponto de divergência, é que a maioria das empresas propõe aumento diferenciado por classe, sendo que uma, inclusive, propõe redução no valor de algumas classes em relação à tabela da safra passada. Outro fato, foi de uma empresa que desrespeitou o processo de negociação e anunciou, antecipadamente, aos seus produtores o percentual que traria para negociar, desestabilizando as negociações com as demais empresas.
A inconformidade das entidades foi encaminhada ao SindiTabaco, com o alerta de que esta indefinição trará prejuízos para toda a cadeia produtiva, especialmente para os produtores que terão significativa perda de renda, além de abalar e fragilizar a relação entre a Comissão e as empresas.
A partir de agora as entidades promoverão reuniões com os produtores de tabaco para debater o ocorrido no processo de negociação e definir os próximos encaminhamentos. Somente uma nova posição das empresas fumageiras poderá reabrir as negociações.
Diante do quadro, as entidades sugerem aos produtores que pressionem suas empresas para que comprem realmente dentro das classes. Por fim, as entidades representativas reafirmam seu apoio incondicional à cultura do tabaco no Brasil, e continuarão na defesa dos interesses de seus produtores, sendo indispensável que o setor industrial também faça a sua parte.
As negociações poderão ser retomadas somente no caso de as indústrias revisarem sua posição.
Fonte: Afubra