Foi publicado esta semana, no periódico Historical Biology, um estudo liderado por Agustín G. Martinelli e que contou com a participação dos paleontólogos da Universidade Federal de Santa Maria, Leonardo Kerber, Rodrigo Temp Müller e Átila Augusto Stock da Rosa, sobre um registro de dicinodonte para o município de Faxinal do Soturno.
Os dicinodontes foram animais que pertenceram a linhagem dos sinápsidos, a mesma que também inclui os mamíferos. Seu tamanho corpóreo variou de animais bastante pequenos e que viviam em tocas, até animais grandes, do porte de um elefante. Eles eram quadrupedes e herbívoros, sendo que sua principal característica era um par de presas, que em algumas formas foi substituída por um par de projeções ósseas.
O registro fóssil do grupo é bastante amplo e alcança o Triássico, apresentando registros no Rio Grande do Sul, tanto através de formas muita antigas, como o Rastodon, até formas mais recentes, como o Jachaleria. Na Quarta Colônia, o grupo era representado até então, pelo gênero Dinodontosaurus, registrado em grande número no município de Dona Francisca. Entretanto, no novo estudo, é apresentado um registro composto por algumas vértebras coletadas em Faxinal do Soturno, na Linha Guarda Mor. As vértebras lembram a do dicidonotonte Jachaleria, o qual é registrado no município de Candelária e também na Argentina. Este dicinodonte é bastante adotado em estudos bioestratigráficos, ou seja, ele é usado como uma forma de indicar a idade dos estratos rochosos. Por conta disso, a descoberta das vértebras não só aumenta o conhecimento a respeito da fauna fóssil de Faxinal do Soturno, como também ajuda a melhorar a compreensão a respeito da idade das rochas da região.

Ilustração de Jachaleria por Felipe Alves Elias (www.paleozoobr.com).
Fonte: Cappa – Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica